Yemanjá e Oromilaia eram casados. Ele era um grande adivinho e com seus dotes sabia interpretar os segredos dos búzios. Certa vez Oromilaia viajou e demorou para voltar e Yemanjá viu-se sem dinheiro em casa, então, usando o oráculo do marido ausente, passou a atender uma grande clientela e fez muito dinheiro.
No caminho de volta para casa, Oromilaia ficou sabendo que havia em sua aldeia uma mulher de grande sabedoria e poder de cura, que com a perfeição de um babalaô jogava búzios, ficou desconfiado, quando voltou, não se apresentou a Yemanjá, preferindo vigiar escondido o movimento em sua casa.
Não demorou a constatar que era mesmo a sua mulher a autora daqueles feitos, Oromilaia repreendeu duramente Yemanjá, e ela disse que fez aquilo para não morrer de fome, mas o marido contrariado a levou perante Olofim Olodumare.
Olofim reiterou que Oromilaia era e continuaria sendo o único dono do jogo oracular que permite a leitura do destino, ele era o conhecedor pleno das histórias que forma a ciência dos dezesseis odus. Só o sábio Oromilaia pode ler a complexidade e as minúcias do destino, mas reconheceu que Yemanjá tinha um pendor para aquela arte, pois em pouco tempo angariara grande freguesia.
Deu à ela então, autoridade para interpretar as situações mais simples, que não envolvessem o saber completo dos dezesseis odus, assim as mulheres ganharam uma atribuição antes totalmente masculina.
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