Oxum vivia no palácio em Ijimu, passava os dias no seu quarto olhando-se em seus espelhos, eram conchas polidas onde apreciava sua linda imagem. Todo o povo sabia que Oxum era a mais bela das mulheres. Um dia porém, Oxum saiu do quarto e deixou a porta aberta, sua irmã Oyá entrou no aposento, extasiou-se com aquele monte de espelhos, viu-se neles. As conchas fizeram espantosa revelação à Oyá, ela era linda! A mais bela! A mais bonita de todas as mulheres! Oyá descobriu sua beleza nos espelhos de Oxum, e então encantou-se, mas também se assustou: ela era mais bonita que Oxum, a Bela. Ficou tão feliz que contou sua descoberta a todo mundo, e Oxum Apará remoeu amarga inveja, já não era a mais bonita das mulheres, então planejou sua vingança. Um dia foi à casa de Egungun e lhe roubou o espelho. Era um espelho que só mostra a morte e a imagem horrível de tudo o que é feio. Pôs o espelho do Espectro no quarto de Oyá e esperou, quando ela entrou no quarto, deu-se conta do objeto, Oxum trancou a irmã pelo lado de fora do quarto. Oyá olhou no espelho e se desesperou. Tentou fugir, mas foi impossível, estava presa com sua terrível imagem, correu pelo quarto em desespero, atirou-se no chão, bateu a cabeça nas paredes, não conseguiu escapar nem do quarto nem da visão tenebrosa da feiúra. Oyá enlouqueceu e acabou morrendo. Obatalá, que a tudo assistia, repreendeu Apará e transformou Oyá em Orixá. Decidiu que a imagem de Oyá nunca seria esquecida por Oxum. Obatalá condenou Apará a se vestir para sempre com as cores usadas por Oiá, levando nas jóias e nas armas de guerreira o mesmo metal usado pela irmã.
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